Os trabalhos abordam desde a questão do ciberjornalismo no interior até a comunicação no semiárido brasileiro. Dois deles estão disponíveis gratuitamente.
Quatro associados da ABPCom lançaram livros recentemente e vamos falar um pouco sobre cada um deles. Se você faz parte da nossa associação e tem algum trabalho manda pra gente! comunicacao@abpcom.com.br
A comunicação popular na construção e preservação da memória das lutas populares no Brasil (décadas de 1970 e 1980)
Ana Valim
A autora é mestra em comunicação e militante na área da comunicação e cidadania, entre seus vários trabalhos se destaca sua atuação junto ao movimento do “Grito dos Excluídos”, que no ano passado realizou sua primeira edição online devido a pandemia da Covid-19.
O livro trata da comunicação popular durante o período do Golpe Militar no Brasil, tendo a preservação da memória o principal mote abordado. De acordo com a autora “Em tempos em que as informações são tão rápidas quanto descartáveis, há que se preservar a memória das lutas dos “pequenos” – que a comunicação popular registrou e ajudou construir – e que não se encontra nos grandes meios de comunicação porque não interessa aos setores dominantes da sociedade”, afirma.
O livro teve distribuição gratuita, inclusive para diversas bibliotecas que compõem a rede pública de educação.
A autora disponibilizou o download aqui no site da ABPCom, você pode realizá-lo clicando neste link.
Ciberjornalismo de proximidade no Interior Paulista
Marcelo Volpato
O autor é doutor em comunicação e integrante do Grupo de Pesquisa Comuni. Trabalha com as questões do interior e também do jornalismo digital.
Seu livro aborda justamente a questão do ciberjornalismo realizado no interior do estado de São Paulo. De acordo com Volpato a importância da temática se dá na área da comunicação, pois:
“A atuação da comunicação mediada que acontece fora da grande imprensa ainda é uma vertente bastante negligenciada pelas pesquisas brasileiras. Pouco se sabe sobre a realidade e dificuldades dos jornais que tentam sobreviver para além das regiões metropolitanas. Além disso, a própria digitalização dos processos comunicativos tem imposto uma série de mudanças e atualizações. Nossa ideia foi unir estes pontos, a partir de três casos do interior paulista. Como suporte teórico, optamos por observar o fenômeno a partir dos diferentes tipos de propostas de desenvolvimento, o que descortinou nuances sociais e culturais que merecem nossa atenção.”
O livro está disponível para compra no site da editora CRV, você pode adquiri-lo, por este link.
Comunicação no Semiárido Brasileiro
Sandra Raquew Azevêdo
A organizadora do livro é doutora em comunicação e docente do Departamento de Jornalismo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) tendo experiência de pesquisa nos Estudos de Gênero e Mídia; Educomunicação e Comunicação Comunitária e Cidadania.
O livro reúne diversos textos sobre a comunicação em uma região considerada estigmatizada que é o semiárido brasileiro, espaço de lutas e culturas diversas.
“É importante poder reconhecer todo um conjunto de práticas comunitárias que tratam da comunicação pelo direito humano e o protagonismo da população do semiárido, entre eles agricultoras e agricultores familiares dentro de seus processos de sustentabilidade. Há também a reflexão sobre a comunicação dentro do aspecto da convivência, redesenhando semióticamente a própria questão do território do semiárido brasileiro”, afirma a organizadora.
O livro está disponível para download gratuito neste link.
Guerrilheiras da Palavra: rádio, mulheres e resistência
Maria Inês Amarante
Doutora em Comunicação e Semiótica, com pós-doutorado em Ciências Sociais (Antropologia) pela PUC-SP. Atualmente é pesquisadora e Professora Adjunta da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).
Entre seus estudos está a comunicação no Timor Leste, pesquisa abordada em seu livro que trata justamente sobre a importância do rádio durante a ocupação indonésia no país asiático. De acordo com a autora:
“Entre outros temas abordados, a obra traz um estudo histórico dos meios de comunicação em Timor Leste, com destaque para o rádio e a importância que teve na guerrilha durante a ocupação indonésia; as relações estabelecidas pela população com o veículo e sua relevância na conexão dos vários ambientes e contextos enquanto território de empoderamento das mulheres que atuaram na resistência e participam ativamente em emissoras públicas, livres e comunitárias surgidas após 2002.”